terça-feira, 6 de maio de 2014

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Um dia com os recrutadores da Amnistia

Já conhece o Projeto Face2Face? Tudo e Mais um Par de Botas passou o dia com uma das equipas de Lisboa para descobrir mais sobre este Projeto.

Publicado por Laura Filipe

Ao chegar ao Saldanha, ao fim da manhã, é fácil identificar os recrutadores da Amnistia Internacional (AI). À porta do edifício Atrium Saldanha, a equipa, composta por cinco jovens – três rapazes e duas raparigas – está espalhada pelo passeio, com um ar descontraído, à espera de quem passa.


Luís, recrutador, fala sobre a AI

O bom ambiente é notório e a simpatia ainda mais, no entanto, "raras são as pessoas que param”, disse João Fernandes. E é verdade. As pessoas parecem ter receio de ser abordadas e encolhem-se ou apressam o passo ao passar por algum dos recrutadores. Há pessoas simpáticas, que pedem desculpa por não ter tempo, mas há também quem nem sequer responda ou dirija o olhar a quem lhe fala.

Luís de Borba explica que “[as pessoas] julgam que vamos pedir dinheiro, vamos chatear e pedir para fazer algo muito difícil” e que este é um preconceito não só relativo à Amnistia Internacional, mas a todas as organizações que têm este tipo de projeto nas ruas.

 Mas, afinal, o que é, concretamente, o Face2Face?





Daniel Nobre, o team leader, faz um resumo da história deste projeto: “O Face2Face já existe há 10 anos e é uma ideia que presente em todas as secções da Amnistia. É uma abordagem direta: falamos com as pessoas e tentamos levá-las para a organização. É um Projeto que, para além de ser angariação de fundos, também é uma forma de chegarmos às pessoas e não só de ir buscar apoiantes e ativistas, mas de dar a conhecer a Amnistia.”

Daniel explica ainda que é a própria AI que recruta as pessoas, normalmente quem já seja apoiante, e que, neste momento existem duas equipas em Lisboa e uma no Porto.

Este projeto abrange também uma diversidade de temas, que vão variando consoante os temas das revistas. “Há temas mais e menos consensuais”, afirma Luís. “Por exemplo, o último que saiu é sobre a tortura, que acaba por ser bastante fácil de falar na rua. Mas o anterior, sobre os direitos das comunidades ciganas, é uma questão que a sociedade portuguesa ainda não ultrapassou.” Sara Tobias acrescenta que os temas mais chocantes são a pena de morte e a mutilação genital feminina – “porque a maior parte das pessoas não sabe que acontece em Portugal” – mas, sobretudo o aborto. “Se falarmos em termos de saúde as pessoas aceitam, mas se for em termos do livre arbítrio das mulheres, não concordam.”

Sara juntou-se à Amnistia como recrutadora, após acabar o curso de Antropologia no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Setembro do ano passado. Afirma que este é um trabalho exigente e intenso e, muitas vezes, frustrante. “A união da equipa é muito importante para conseguirmos, ao longo do dia, mantermo-nos motivados”.

E esta união nota-se. Quando há menos movimento, a equipa aproveita para conviver, brincar, contar episódios das suas vidas, como verdadeiros amigos, e não apenas como colegas.


Causas apoiadas pela Amnistia Internacional
Para todos eles, este Projeto significou o primeiro emprego. Significou também frustração e desilusão com as pessoas que tentam abordar na rua. Mas sobretudo, e na opinião geral desta equipa de recrutadores, significa ver o mundo com outra perspetiva. “Sinto que estou a fazer um bom serviço social”, afirma João. “Esclarecer pessoas sobre temas importantes, desconstruir preconceitos que não fazem bem a quem os tem nem a quem acaba por ser vítima da inação das pessoas. Sinto que estou a fazer algo de bom.”

A Amnistia Internacional, que existe desde 1961 e a Amnistia Internacional – Portugal, fundada 20 anos mais tarde, tem o objetivo de denunciar as violações de Direitos Humanos de um modo preciso, rápido e persistente. 
Se quiser saber mais, consulte aqui o website da AI.
Se quiser saber mais sobre a Amnistia Internacional ou o Projeto Face2Face, esta equipa de recrutadores estará, nos próximos dias, em:

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) - Quarta-feira (7 de Maio)
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - Quinta-feira (8 de Maio)
Saldanha Residence - Sexta-feira (9 de Maio)
Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) - Segunda-feira (12 de Maio)
Armazéns do Chiado - Terça-feira (13 de Maio)
Armazéns do Chiado - Quarta-feira (14 de Maio)
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa - Quinta-feira (15 de Maio)



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